Governo fecha primeiro semestre de 2024 com rombo de R$ 68,7 bilhões, o pior desde 2020






Mesmo com o aumento de receitas do governo federal, as contas do governo federal fecharam o primeiro semestre deste ano com um rombo de R$ 68,69 bilhões. Isso representa uma alta de 55% frente ao mesmo período do ano passado, quando o déficit somou R$ R$ 43,23 bilhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Tesouro Nacional.


Este é o terceiro pior resultado da série histórica do Tesouro Nacional, iniciada em 1997. Além disso, é o pior dado desde 2020, no auge da pandemia de Covid-19 e quando a economia teve um baque.

Apesar das receitas líquidas do governo (ou seja, após as transferências para estados e municípios) subirem 8,5% acima da inflação, as despesas cresceram mais. Os gastos do governo federal foram 10,5% maiores neste ano do que no ano passado, isso já descontando a inflação do período.

O número mostra o desafio que será chegar na meta de déficit zero neste ano. A última estimativa da equipe econômica prevê que este ano fechará com um rombo de R$ 28,8 bilhões nas contas públicas federais, no limite do permitido pela regra do arcabouço fiscal (de um déficit de até 0,25% do PIB, ou R$ 28,8 bilhões).


Para manter o saldo negativo nesse valor, o governo já havia previsto congelar R$ 15 bilhões do Orçamento de 2024.


— Estamos em um processo de recuperação fiscal. O país vem vivendo déficit nos últimos anos. Estamos propondo virar esse transatlântico. Esse ano estamos mirando se aproximar o máximo possível do déficit zero. Ao longo do ano, esse déficit vai convergir para mais próximo de zero. Considero crível ficar na meta, tem desafios, mas considero possível — disse o secretário do Tesouro, Rogério Ceron.


Entre as principais despesas que tiveram elevação nos últimos seis meses estão:
Benefícios Previdenciários, aumento de R$ 40 bilhões;
Benefícios de Prestação Continuada (BPC), aumento de R$ 8 bilhões;
Créditos Extraordinários, aumento de R$ 7,5 bilhões;
Sentenças Judiciais e Precatórios, aumento de R$ 12,9 bilhões;
Despesas do Poder Executivo Sujeitas à Programação, como o PAC (Programa de Acelera de Crescimento), aumento de R$ 30,2 bilhões;

Em junho deste ano, o resultado foi de déficit de R$ 38,8 bilhões. Na comparação com junho do ano passado, houve queda do rombo nas contas públicas. Naquele mês, o déficit foi de R$ 45 bilhões, recuo de R$ 17,3%.


O déficit da Previdência no primeiro semestre de 2024 foi de R$ 198,2 bilhões. Em 2023, o déficit de janeiro a junho foi de R$ 164 bilhões, uma variação de 15,4%.

O Globo

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